quarta-feira, 2 de junho de 2010

Canção da espera



Canção da espera

Através de mil formas e mil vidas eu te esperei chegar.
Como pedra, paciente, imóvel, esperei o teu beijo passageiro de regato e como folha, esperei por ti no orvalho da noite e no sol do amanhecer.
Fui areia esperando numa praia perdida pelo teu beijo de maré inconstante e pólem, te esperei no vento viageiro que me levasses pelas florestas na dança eterna da fecundação.
Desde os começos desta humanidade, desde os primeiros dias deste mundo, eu te esperei constante e desejei constante ser levada aonde me levasse a tua mão.
Através das distâncias que se alongam e do tempo que guarda a hora que os anos ainda não marcaram, eu sou a espera cada vez mais tua.
Eu sou a espera que não cansará.
Adayla Barbosa (livro Canções do velho Moinho)

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